sábado, 25 de julho de 2009

e como a amo!

estou sem falar com ela há algumas horas, exato uma
ela diz que não foi sem motivos que desligou
o que disse claro que foi pra mais uma vez me provar
que distraio, que disgosto, que implico e que não me importo
sei eu aqui em meio a roteiros, ligações e perucas estilo rococó! fingir estar atribulado?!
a estagiária bonita de se ver, entrava na minha sala nessa hora... me olhou de soslaio
ja faz tempo que estamos juntos
claro que nessa hora pela minha cabeça passam dúvidas
ja sei de solidão, falta de ar e falta de chão
e no peito, nó o resto do dia
porque dela eu tô
vontade de pular a parte de resolver
uma ida ao bar, satisfeita ou não, pioraria certamente a minha situação
deixa pra uma terça ou quarta, ou pro futebol
além do mais, só precisava dela pra desatar
mas sem essas suas frescuras, eu tô cansado é do trabalho
sexta 18:40, as pessoas com fé na suas expectativas, assistentes sorridentes... tudo de novo
vou passar na sua casa e por lá ficar a noite toda
não precisamos de orgulho, somos só nós dois
e isso basta pra muitas coisas
mas não me entenda muito assim
outra sexta em casa não dá, mas eu precisava
deixo ela mal acostumada mesmo
abro mão
liguei e combinei de jantar
que pele, que cabelos, que bobagem, não a deixo mais uma vez
que eu diga... nem consigo imaginar sem
ela tenta, faz seu charme e se desdobra
eu me aguento, me tormento, me lamento, e as vezes me distraio falando de cinema
trânsito tá foda, banho correndo e uma chuva pra te pegar
toco campainha e ela me mata, toda linda
que bobagem que nada, menina-mulher
e eu a ganho, como todo os dias
como a amo!
lhe trouxe uma flor

sábado, 18 de julho de 2009

no nosso tempo

a vida por esses lados anda por várias direções
cada qual segue um rumo, e ás vezes por impulsão,
inércia ou por menos caminhos, o de por conta quebrar a cara
o mais comum é a distância e a saudade
e isso foi proposto
mas o tempo sabe sê-lo, como dizem do vinho
e ai a gente encontra pessoas marcadas em fases diferentes
não se sabe ao certo pra qual dos lados, mas percebe-se que as coisas tornaram-se mais claras
graça da vida que nos fez parecidos
encontro de raizes, desengano da maturidade
numa brecha de tempo sem termos assimilado foi passando
exclarecemos faltas como que entregando flores
diminuimos a distância
e brindamos, ao rio que passou
orgulhosos de nós mesmos de sermos filho e pai no tempo de sermos
espelho um do outro, que não queríamos nos separar
mas a vida assim nos fez e assim a gente leva
com a certeza de que estamos mais pertos agora